Sim, na minha cidade tem samba!

Tem gente que escuta Arlindo Cruz, Jorge Aragão e Cartola. Não é um lugar de boemia, onde viram madrugadas a vontade ouvindo samba, mas lá tem samba. Prova disso, vi na sexta-feira, na roda de samba que estava cheia, com muita gente bonita, muitos amigos que nunca mais tinha visto, onde até os seguranças lhe cumprimentam e perguntam se você vai tocar “aquela”... Eu porventura fui convidado a participar, a colocar meus versos juntos a grandes nomes como Rafael Valença, Jorginho Luz do Samba e André Moura. Sim tava todo mundo lá, cada um queria deixar seu registro, cada um queria tocar alguma coisa, afinal era uma roda de amigos, de fãs de samba e sambistas de plantão.quem pergunta, pra aonde vai, com quem está? Isso é relevante, em meio segundo eu já me esqueço e me divirto, cada música que se toca, canto junto, afinal também sou público, sou fã, danço e aplaudo quem entra e quem sai...
Tudo era em meia luz e por incrível que pareça vi pessoas novas, pelo jeito a roda está atraindo outros olhares, isso é muito bom, pra quem organiza e pra quem participa. Só senti a falta de uma câmera por lá, afinal, fazer registro desses eventos são importante e quem ganha é quem organiza, temos que colocar esses talentos pro mundo assistir e assim colocar a quem se destacar no topo e puxar o resto.
Tava com saudade disso, de poder cantar e ver os olhares que assiste, de poder terminar e ver que querem mais uma, de poder rimar e ver amigos que curtem o que eu faço agradecerem por de novo eu não ter desistido de mostrar a música em meu bairro. O engraçado é quem nem preciso me esforça tanto, isso é chato, ver que todo mundo canta o que você canta, você acaba se acostumando e até deixa de lado um pouco o microfone e diz: Vocês!

Agradeço ao Sem Kaô pelo convite!
Agradeço a quem foi e quem não foi fica pra próxima.