2 de fevereiro de 2010

esclarecimento.

O primeiro tiro no pé do ano.

Higo Melo - Ataque Beliz

Alguns espaços na mídia local tem dado uma grande força ao Ataque Beliz e isso, por um momento, fez a gente se despreocupar com o desserviço que várias vezes esse meio nos presta. Talvez a jornalista tenha "caprichado" demais na tentativa de mostrar que "o rap não é só protesto" e jogou Ataque Beliz, Viela 17 e Lívia Cruz numa vala comum. Imagine que desde que acordei (não muito cedo...) recebi mais de dez ligações falando sobre a matéria no Correio Brasiliense de hoje (02/02/2010) e embora a soma dos numeros dessa data seja 7, o numero da perfeição, foi a pior matéria sobre a suposta Nova Geração do Hip Hop. Primeiro que nem o Ataque nem o Japão (Viela 17) é nova geração no hip hop, pois iniciamos nossas carreiras quando a banda Câmbio Negro, grande referência da velha escola do rap nacional, ainda estava na ativa e bem forte.(Inclusive o minha primeira gravação em CD a musica "Lado Sul - Falso Sistema/ 1999) tem a participação do "X" - Câmbio Negro)

Todas as pessoas que me falaram sobre a matéria se decepcionaram com seu efeito, pois ja ouviram nosso cd e não foi só uma "audição rápida".

O título diz "Nova geração do HipHop deixa de lado as rimas de protesto para falar de experiências pessoais" e a frase que mais se assemelha com a verdade vem em seguida

"O som é mais mesclado, até com samba"

Nosso companheiro "X" ex-integrante do extinto Câmbio Negro foi muito feliz quando disse na entrevista "Rap sempre foi concientização, protresto, politização e hoje está enveredando por um caminho que é a própria cova" o problema é que essa fala foi associada ao trabalho das bandas citadas na matéria. Isso fez muita gente pensar que o cara tem um ódio mortal da aqui chamada de "nova geração". As primeiras pessoas a se manifestarem contra foram as que viram, no Rio de Janeiro, Ataque Beliz dedicar o prêmio RPB 2009 ao "X" do Câmbio Negro por ser inspiração para musica vencedora "O giz e o fuzil" uma mistura de "rap de protesto" e rock. Em essência "O giz e o fuzil" é a cara dessa mistura que fez do Câmbio a banda mais popular do DF no Brasil. Dedicamos a ele pelos anos de resistência no rap mesmo sendo discriminado no proprio por fazer essa mistura.

O CD RECONCEITO, do Ataque Beliz, traz várias misturas com o mesmo teor. Por exemplo: Bom Som, que faz uma auto-crítica tão ácida quanto a fala de nosso camarada. As Maravilhas do HipHop um desabafo sobre o desreipeito "oferecido" aos grupos de rap nos eventos. Como Poderia, mistura de rap e reggae dançante que fala do "porque não se vendar ou se vender" diante de tudo o que vivemos, e por aí segue com Tudo por dinheiro, O giz e o fuzil, Embolada (ou cordel cantado) cada uma com sua grande carga de protesto. Isso mostra que nosso rap é entretenimento e protesto ao mesmo tempo.

Gostaria de agradecer a Yale Gontijo pelos espaços no Correio abertos para o hiphop do DF, mas dessa vez não nos trouxe muita satisfação...

Quem conhece sabe o motivo da minha insatisfação com o texto. Quem não conhece, por favor, conheça e não tome esse matéria como a mais pura verdade.



O texto é resposta sobre a matéria publicada no site Correio Braziliense por Yale Gontijo.



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