No decorrer de lugares que conheço, sempre algo me impressiona. Pode ser o mar que revejo depois de anos, uma frase em alguma esquina escrita a giz ou um sorriso quando tem a certeza que é verdadeiro. Assim como talentos que encontro em volta de diversas viagens em poucas vezes que percorri. Fico até pensando por quer pessoas assim não são reconhecidas? Contudo, cai à ficha e percebo que não basta apenas ter talento, tem que ter sorte. Como uma loteria, se estiver na paz consigo e for confiante, pode ter a sorte de alguém reconhecer seu talento. Em São Paulo foi do mesmo jeito, diversos artistas com múltiplos talentos não esperando, mas buscando um sonho: Reconhecimento.Tanto em poesia, quanto melodia, me refiro à arte mesmo, um meio de comunicação com o mundo e apresentação do seu inferior ao ser exterior.
Em tantos dias que fiquei por lá, conheci diversas pessoas que buscam o mesmo desejo, reconhecer, assim como expectador. Eu também fiquei impressionado com cada coisa que ouvi e assisti, até pensei que nesse meio não estava só, também era um guerreiro e que teria que batalhar ao meu favor para que um dia minha estrela venha a ser constante aos olhos do público. Mas para isso acontecer, preciso mergulhar em música e ter a certeza à pureza de conseguir plantar meu pensamento e vontade em cada coração, mesmo sofrido ou não tenho que ser eu mesmo! Para quem ouvir meu canto, identificar-se, cativar-se e algo me dizer ou até não, guardar pra si mesmo, mas com um intuito, mudar.
Assim eu fiz a minha escolha, colocar pessoas que tem a mesma sensibilidade, a necessidade da expressão para viver em cada canção o que eu vivo e sinto. Meu primeiro disco, nem parece algo pessoal apesar de ser, digo, pelo fato de não cantar nem tudo sozinho. A última canção que finalizei no estúdio do Filiph Neo, foi com ele mesmo que assina o refrão, a melodia já vem bolada de muito tempo, coisa que Tom Jobim já tinha colocado no mundo e interpretado pelo grande mestre Tom Zé.
“Vivo Quero Sonhar” é uma música que fala sobre aqueles homens e mulheres que largam tudo e vão atrás de seus sonhos ou até mudanças, não para si só, mas para quem também está ao lado e sofre com as conseqüências da pobreza. É um trajeto onde através do sofrimento, mergulha-se a vontade em lutar e acreditar, mesmo estando só, pode realizar seu sonho e ser feliz.
O convite pra música não tem muito tempo, mas foi uma escolha cautelosa, pois sabia que ela necessitava de um pouco a mais de emoção e sabia muito bem quem poderia fazer essa vontade uma realidade. Com isso, eu a Rebeca voltamos ao estúdio pra finalizar a última canção. Em pouco tempo, vi que o Filiph Neo tinha pegado a essência da música, vi que tanto ele quanto eu estávamos entrosado, pois a música faz isso quando é verdadeira, colabora onde passa e permanece sem menos perceber. No fim da gravação uma coisa eu sei, olhava pra Rebeca e percebia que ela também tinha gostado. Não sei ela, mas eu carrego um defeito que me deixa ás vezes sem graça, sempre quando gosto muito de uma coisa ou uma ação, a primeira coisa aparecer é o sorriso em meu rosto.
5 de agosto de 2008
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